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Entrevista

“Criticar o Fundo Constitucional é uma fala fácil”, afirma Celina Leão

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A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, defendeu o Fundo Constitucional (FCDF) após ataques feitos durante marcha dos prefeitos, que acontece durante toda a semana. Ao programa CB.Poder especial dessa quinta-feira (22/5) — parceria entre o Correio e a TV Brasília —, Celina explicou aos jornalistas Carlos Alexandre e Mila Ferreira que se perdêssemos o Fundo Constitucional, não resolveria em nada o repasse para os municípios.

Por que a pauta contra a manutenção do Fundo Constitucional do DF é mantida após debates e decisões no Congresso?

Precisamos divulgar a missão constitucional da criação do Distrito Federal. Hoje, se perdêssemos o Fundo Constitucional, não resolveria em nada o repasse para os municípios. O que nós recebemos, em termos de Brasil, é tão pouco, que não resolveria nem o problema dos municípios e ainda teríamos a capital da República em declínio. Essa é uma fala fácil (o ataque ao FCDF) para quem não quer enfrentar os problemas que o país vive hoje, como gastos maiores do que arrecadações, falta de preparo e de planejamento. Esse tipo de olhar é um olhar preconceituoso, de quem não conhece a realidade da nossa cidade, de quem não conhece a construção da ideia de Brasília, que veio para realmente trazer o desenvolvimento para o centro do Brasil e isso realmente aconteceu.

Qual a importância da atualização do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT)?

O PDOT é uma oportunidade de pegar uma área consolidada e resolver (seus problemas). Quando ele (o projeto) fala em 26 novas áreas, são locais existentes como áreas urbanas, muitas vezes, que eram consideradas como áreas rurais. Aquilo impedia que a gente fizesse uma regularização fundiária, como um todo, mas é importante a população saber que o PDOT não fala somente sobre áreas rurais e sobre áreas urbanas, ele traz muitas outras informações que são importantes para que a população conheça. Ele trata de pautas que fazem parte do dia a dia do cidadão, sustentabilidade e segurança hídrica também. São temas importantes que vão ser discutidos agora na Câmara Legislativa do DF.

Qual a expectativa em relação à votação na Câmara Legislativa?

Essa Câmara é muito madura, ela conseguiu trazer a discussão sobre o PPCUB (instrumento regulatório que reúne todo o regramento de ordenação urbanística das áreas do Conjunto Urbanístico de Brasília — normas de uso e ocupação do solo) com tranquilidade, apesar de ser um tema sensível, por se tratar de tombamento. No caso do PDOT, são mais questões de regularizações de áreas, com interesse social. As pessoas reclamam muito das invasões. Precisamos ofertar áreas de interesse social dentro desse planejamento, mas que sejam planejadas, porque é muito mais caro para o Estado quando ele pega uma área que foi invadida, para entrar com infraestrutura. Ele não consegue, às vezes, entrar com um caminhão para fazer ali a retirada de lixo, porque o caminhão não passa, porque as ruas não foram projetadas. Por isso precisamos ter essas áreas para que a cidade cresça ordenadamente. Inclusive, sem a grilagem, que é aquilo que a pessoa de boa-fé compra do grileiro, que é o grande vilão da história toda.

De que maneira o governo tem enfrentado o problema do feminicídio?

O crime do feminicídio é de gênero. Ele acontece, às vezes, dentro de quatro paredes. Por mais que o Estado tenha ações efetivas, ele não consegue alcançar os lares. Há muitos crimes que antecedem o feminicídio, e não dá para gente negligenciar os fatos, tendo a falsa impressão que essas agressões não podem acontecer com você. O tripé para combater esse tipo de crime começa pela denúncia; em segundo lugar, as pesquisas dizem que muitas das mulheres que nós perdemos para o feminicídio, retiram a primeira denúncia e voltam a viver com o agressor e chegam realmente na situação do feminicídio. O terceiro ponto, que eu acho o mais importante de todos, é a questão da educação. Precisamos fazer com que toda a sociedade participe dessa temática. Eu não posso falar só para as mulheres. Eu tenho que falar com os homens e comunicar que a gente não quer privilégios, nós queremos igualdade. Quando eu falo em igualdade, é não apanhar pelo simples fato de ser mulher ou morrer pelo simples fato de ter nascido mulher. Quando você começa a aprender isso desde as séries iniciais (na escola), conseguimos ter uma diferença de sociedade.

Nessa questão de gênero, qual a importância da mulher ter sua moradia e independência financeira?

Fiquei bem emocionada durante a entrega das unidades habitacionais (mais 70 famílias receberam, ontem, as chaves dos últimos apartamentos do Residencial Horizonte, no Sol Nascente). É um momento que a família celebra por poder sair de um aluguel, morava de favor, às vezes na casa de alguém, do pai, do cunhado. Então, é um marco para a família como um todo. No caso especial da cerimônia de hoje, era uma mãe-solo, ela tinha duas crianças e foi vítima de violência. Ela chegou e começou a falar: “Eu fui vítima de violência, fui atendida pela Casa da Mulher Brasileira, eu uso o restaurante comunitário todo dia e agora vou ter uma casa nova”. Isso é muito forte, porque imagina uma mulher poder confiar no Estado para se amparar, com as políticas públicas mais importantes de proteção à mulher, sendo moradia para as pessoas em situação de vulnerabilidade, e dar alimentação para as suas filhas. É para isso que a gente trabalha, para que o Estado tenha condição de amparar as pessoas que não tiveram oportunidade de cuidar daquelas pessoas mais vulneráveis.

O que o governo tem feito com relação às pessoas que estão em situação de rua nessa época de frio?

A Secretaria de Desenvolvimento Social oferece pontos de acolhimento. Temos ginásios que estão sendo preparados de forma estratégica no Distrito Federal como um todo e, a partir das 19h, as pessoas vão poder se abrigar. Tem um jantar, um café da manhã, que sai a partir de 6h. Tem um pernoite com colchão e todos os aparatos para atendê-los.

Qual a importância de investir e fortalecer startups tecnológicas?

Percebemos na vocação da cidade uma veia tecnológica muito grande. Esse é um dos caminhos a serem trilhados para o desenvolvimento do DF. Lançamos o CIIA (Centro de Inovação em Inteligência Artificial), que terá sete universidades, professores e escolas públicas participando, em que eles irão criar softwares de inteligência artificial para as secretarias de Saúde, Educação e Segurança. Estamos produzindo conhecimento para oferecer mais eficiência para o cidadão. Além disso, oportunizando modelos de negócios.

Como tem funcionado os testes da telemedicina na UPA de Vicente Pires?

Esse projeto foi bastante revelador. Sabíamos que o que tínhamos de gargalo eram as nossas senhas verdes e amarelas, porque as pessoas chegavam com dor, no entanto, outras pessoas com casos mais graves também chegavam ao atendimento (no mesmo momento). Percebemos que ali reduziríamos em 80% o tempo de espera na UPA. Muitas pessoas tinham a preocupação de sair dali com atestado médico, mas na telemedicina elas são atendidas e medicadas. Tem sido um sucesso. A próxima unidade, que vai receber o teste, será a de Ceilândia.

De que forma os investimentos em tecnologia vão contribuir na atuação da Secretaria de Saúde?

Temos vários softwares que foram adquiridos pelos governos anteriores, onde eles não se comunicam um com o outro e o sistema cai muito. Estamos fazendo um diagnóstico de quais são os programas que estão funcionando e quais adaptações precisamos fazer na nossa rede. Nós tivemos uma grande compra de computadores novos, porque não adianta ter um programa bom, sem uma máquina boa. Toda uma gestão em cima de tecnologia está sendo feita. Esse é um dos caminhos para ter a certeza que se está comprando o medicamento certo e que seu estoque não vai acabar. Também é possível medir a produtividade do servidor.

Com informações do Correio Braziliense

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