Servidores pagaram até R$ 120 mil por vagas em concursos de órgãos federais, diz polícia do DF
Investigadores deflagraram, nesta quinta-feira (24), 8ª fase da operação Panoptes, que investiga ‘máfia dos concursos’. Alvos são servidores de órgãos como INSS, Defensoria Pública e Ministério Público da União.
A Polícia Civil do Distrito Federal informou, nesta quinta-feira (24), que servidores pagaram até R$ 120 mil para “comprar” as vagas que ocupam atualmente em órgãos públicos federais. A descoberta foi feita durante as investigações da 8ª fase da operação Panoptes, deflagrada nesta manhã.
Os alvos são servidores da União que, segundo a apuração, fraudaram os processos seletivos para conseguir a aprovação, entre 2015 e 2017, e hoje atuam nos seguintes órgãos:
- Defensoria Pública da União (DPU);
- Ministério Público da União (MPU);
- Ministério do Desenvolvimento Regional, antigo Ministério das Cidades;
- Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq);
- Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Ao todo, foram expedidos 25 mandados de busca e apreensão cumpridos nas regiões da Asa Sul, Asa Norte, Sudoeste, Guará, Vicente Pires, Ceilândia, Park Way, Itapoã, Águas Claras e Gama. Também houve buscas nos estados de Goiás, Minas Gerais e Ceará.
Policiais cumprem mandados na 8ª fase da Operação Panoptes, que apura fraudes em concursos — Foto: Polícia Civil/Reprodução
“O valor que eles pagavam pelas vagas variava muito de acordo com a negociação com os membros da máfia dos concursos. Nessa fase atual, a gente identificou o pagamento de valores até R$ 120 mil, por exemplo, para uma vaga no INSS“, afirmou o delegado Adriano Valente, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), em coletiva de imprensa.
“Em geral, esses candidatos davam o sinal, que variava entre R$ 30 e R$ 40 mil, para garantir a realização da fraude, e o restante pagavam depois de serem aprovados.”
Segundo o delegado, o repasse geralmente era feito por meio de transferência de veículos e imóveis, ou por empréstimo consignado contratado logo após a posse. Adriano Valente afirmou que, nos órgãos em que atuavam, a maioria dos envolvidos não realizava o trabalho de forma esperada.
“Grande parte dos candidatos que compraram as vagas não apresentavam a qualidade técnica exigida para os cargos e alguns órgãos, inclusive, identificaram isso e passaram para a gente”, disse.
Como funcionava o esquema
De acordo com a Polícia Civil, a fraude ocorria por meio de um funcionário da banca examinadora que fazia os concursos. Primeiro, integrantes do grupo ficavam na porta de locais de prova, para tentar captar pessoas interessadas no esquema irregular.
A apuração aponta que, em posse dos nomes dos envolvidos, o funcionário da banca fazia alterações nos gabaritos das provas deles, garantindo que acertassem mais questões. Por isso, quando o resultado era divulgado, os candidatos estavam em boas colocações.
Segundo a polícia, a operação desta quinta foi focada apenas nos servidores beneficiados pelo esquema. O grupo que operacionalizava a fraude, de acordo com os investigadores, já foi indiciado em outras fases da operação.
Operação Panoptes
A primeira fase da operação que investiga fraudes em concursos foi deflagrada no DF em 2016. Desde então, de acordo com a polícia, quase 70 investigados já foram indiciados.
Entre os membros da organização criminosa, segundo a Polícia Civil, estão pessoas que prestaram algum tipo de auxílio ao esquema e funcionários públicos aprovados ilicitamente em concursos.
Até o momento, os concursos das secretarias de Saúde e Educação do Distrito Federal, Corpo de Bombeiros e do Superior Tribunal de Justiça foram alvos da operação.
O que dizem os órgãos
O g1 acionou os órgãos onde atuam os servidores investigados na operação. Confira os posicionamentos:
Antaq: “a ANTAQ não foi alvo da operação conduzida pela Polícia Civil do DF, mas estará à disposição para, se necessário, auxiliar os trabalhos investigativos”.
Ministério do Desenvolvimento Regional: “o Ministério do Desenvolvimento Regional esclarece que até o momento não foi notificado sobre a operação da Polícia Civil do DF e ainda não tem conhecimento de quem são os servidores”.
FONTE: G1-DF
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