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DF tem redução de 95,4% nos casos de dengue em 2025 com relação a 2024

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De acordo com a Secretaria de Saúde, a capital federal iniciou o ano com 1.421 registros da doença, bem menos do que os 29.510 em 2024. Das 35 regiões administrativas, 33 estão classificadas com baixa incidência

O último boletim epidemiológico da dengue, divulgado ontem pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), aponta uma redução de 95,4% nos casos registrados, em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a pasta, foram contabilizados 1.421 casos prováveis entre 29 de dezembro e 18 de janeiro, enquanto no mesmo período de 2024 o número chegou a 29.510.

Dados da SES-DF mostram que 94,9% dos casos prováveis deste ano correspondem a moradores do Distrito Federal (1.348), enquanto 72 casos foram registrados entre residentes de Goiás. Das 35 regiões administrativas, 33 estão classificadas com baixa incidência de casos. Apenas o Sol Nascente e o Paranoá apresentam incidência média, com taxas de 103,02 e 133,04 casos por 100 mil habitantes, respectivamente. Nenhuma região administrativa registra incidência alta, caracterizada por mais de 300 casos por 100 mil habitantes.

A faixa etária com maior número de casos é a de 20 a 29 anos, com 343 notificações, seguida pelo grupo de 30 a 39 anos. Além disso, mulheres lideram a incidência, com 45,5 casos por 100 mil habitantes. Para o infectologista André Bon, do Exame Medicina Diagnóstica, o cenário de 2024, com altos índices de casos de dengue, contribuiu para que houvesse um grande contingente de pessoas imunizadas, o que dificulta a circulação do vírus neste ano. “Geralmente, as epidemias de dengue acontecem em ciclos, com intervalos de dois a cinco anos, justamente devido ao grande número de pessoas imunes. Isso reduz a circulação do vírus, a menos que haja a introdução de uma nova cepa ou subtipos diferentes”, explicou.

No entanto, Bon alerta que há risco de aumento dos casos, uma vez que a população não está imune ao subtipo 3, considerado um dos mais virulentos da dengue. Segundo ele, é essencial adotar medidas preventivas, como evitar o acúmulo de água em casa e utilizar repelentes adequados.

“Os repelentes precisam conter substâncias específicas, como dietil toluamida (DEET), em concentrações entre 20% e 50%, ou icaridina, acima de 20%. Isso garante proteção eficaz e duradoura, permitindo aplicação a cada 10 horas, exceto em casos de suor intenso ou banho. Outras formas de proteção incluem telas nas janelas, mosquiteiros e o uso de ar-condicionado em temperaturas baixas, que reduzem a atividade do mosquito”, detalhou o especialista.

Agentes de saúde

A redução dos casos também é atribuída às ações intensivas realizadas pela pasta de Saúde, especialmente com a contratação de agentes de vigilância ambiental (AVAs). Atualmente, o DF conta com 858 agentes, dos quais 454 ingressaram no ano passado e 41 neste ano. O aumento do efetivo permitiu que fossem realizadas 2 milhões de visitas domiciliares em 2024.

Os agentes são responsáveis por instalar estações disseminadoras de larvicidas e armadilhas, conhecidas como ovitrampas. Além disso, desde janeiro do ano passado, o governo dispõe de um alvará judicial, válido por um ano, que autoriza o acesso dos agentes a imóveis abandonados, fechados ou cujos moradores recusem a entrada. A medida foi concedida pela 3ª Vara da Fazenda Pública no ano passado em um momento crítico do combate à dengue. 

À reportagem, a governadora em exercício Celina Leão explicou que já foi solicitada a prorrogação da liminar e acrescentou que é responsabilidade de todos o combate ao mosquito. “O Governo do Distrito Federal tem a obrigação de criar as diretrizes, de controlar os focos, de trazer todo um atendimento de saúde, mas a população tem que ajudar, combatendo o descarte irregular de lixo e olhando dentro da sua casa os possíveis focos do mosquito da dengue”, disse.

“O decreto permite essas vistorias, mas foi solicitado pela Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) a prorrogação da liminar para vistoria sem necessidade de pedir licença quando for no caso de dengue. Todas as medidas estão sendo tomadas. A população tem que ficar em alerta neste período chuvoso e fazer o seu trabalho, assim como nós, do governo”, completou. 

Alerta e conscientização

O infectologista Julival Ribeiro avalia que os números da redução são significativos, mas ressalta a importância de manter os cuidados, especialmente devido à circulação do subtipo 3 em estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, o que representa um risco iminente para o DF.

“É essencial implementar políticas para a vacinação de quem ainda não foi imunizado, mas o mais importante é a conscientização da população. Eliminar criadouros é o fator de maior impacto na redução dos mosquitos. Se conseguirmos reduzir a população do vetor, diminuiremos os casos de dengue. Mas, como um todo, os números dos boletins são positivos”, afirmou Ribeiro.

Ele também alertou para o período de chuvas, seguido por dias quentes, que favorece o ciclo reprodutivo do mosquito. “As mudanças climáticas têm acelerado o ciclo evolutivo do Aedes aegypti, aumentando a liberação precoce de mosquitos. Por isso, é imprescindível não permitir o acúmulo de água em recipientes, calhas e tanques”, destacou o especialista.

Ribeiro concluiu que, embora a vacina seja uma ferramenta importante, a principal medida continua sendo o controle de criadouros e a adoção de hábitos preventivos pela população. “Vale ressaltar que a maioria de casos de dengue podem ser assintomáticos, outros leves, mas, infelizmente, em alguns grupos, pode levar ao óbito. É importa

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Jornalista

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