“Prisão perpétua não traria vítima de volta”, diz goleiro Bruno
O ex-goleiro Bruno afirmou nesta sexta-feira (24/2) que, mesmo se existisse prisão perpétua no Brasil, isso não traria sua ex-amante Eliza Samudio de volta. A declaração foi feita durante entrevista concedida por ele à TV Globo Minas, no mesmo dia em que foi liberado da cadeia. Bruno conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), expedido pelo ministro Marco Aurélio Mello.
O ex-goleiro do Flamengo deixou a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte, onde cumpria pena de 22 anos e três meses de prisão por sequestro, assassinato e ocultação de cadáver da ex-amante, com quem teve um filho. Bruno ficou quase sete anos na prisão.
“Independente do tempo que eu fiquei também, eu queria deixar bem claro, se eu ficasse lá, se tivesse prisão perpétua, por exemplo, no Brasil… não ia trazer a vítima de volta. Eu quero deixar bem claro que eu vou recomeçar. Não importa se seja no futebol, não importa se seja em outra área profissional, mas como eu vou estar na área do futebol, é o que eu almejo pra mim”, afirmou.
O goleiro, que, segundo o próprio advogado, tem propostas para voltar a jogar futebol profissionalmente avalia o período na prisão como aprendizado. “Paguei, paguei caro, não foi fácil. Eu não apagaria nada. Isso serve pra mim de experiência, serve como aprendizado e não como uma punição”, avaliou.
Na decisão, o ministro afirma que “a esta altura, sem culpa formada, o paciente está preso há seis anos e sete meses” e “nada, absolutamente nada, justifica tal fato”. “A complexidade do processo pode conduzir ao atraso na apreciação da apelação, mas jamais à projeção, no tempo, de custódia que se tem com a natureza de provisória.”
O advogado Lúcio Adolfo afirmou nesta sexta à Rádio Estadão que “em liberdade, ele não põe em risco ninguém”. Ele ressaltou que o goleiro “já tem proposta de trabalho de alguns times para o campeonato estadual”. “Ele vai tomar o caminho que achar melhor. Certamente nunca mais será o mesmo.”
(Incorporado do Jornal Metrópoles – Com informações Estadão)