Mato seco em chamas traz a linguagem radical da Ceilândia para os cinemas
Premiado internacionalmente, o diretor de cinema Adirley Queirós ainda não sabe exatamente onde a recorrente produção dele em cinema, que se concentra em personagens saídos da realidade da Ceilândia, se encontra. “A gente precisa de tempo para entender o impacto do cinema brasileiro contemporâneo.
O que interessa para a gente é que continuamos trabalhando no nosso lugar, desde 2005. A circulação do novo filme (Mato seco em chamas, feito ao lado de Joana Pimenta) não vem com perguntas e respostas rápidas. Vai ser com discussões dentro das universidades, na rua, junto com maloqueiros, e nos presídios — nos lugares em que a gente faz filmes — que saberemos de respostas. Aliás, há 58 milhões de cinema brasileiros. Não existe uma unidade de cinema brasileiro”, enfatiza.
Na eterna ebulição política nacional, que inclui a descrença no recalque da extrema direita, o filme, vocacionado a exaltar um feminismo radical, pelo que observa a diretora Joana Pimenta seguirá uma trilha orgânica.
Depois de premiadas no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, as atrizes Lea Alves, Joana Darc e Andréia Vieira já têm novos papéis assegurados, depois de brilharem na tela como as imponentes Gasolineiras das Kebradas, em Mato seco. Responsabilidade social e artística saltam aos olhos, nas palavras de Joana Pimenta: “Seguiremos, amanhã, com elas fazendo mais dois, três filmes, e quem vai ter que olhar no olho delas seremos nós”.
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