Dengue: população aponta demora para atendimento nas unidades de saúde do DF
Pacientes com sintomas da dengue reclamam que precisam esperar horas para fazer exames e poder se consultar
A epidemia de dengue no Distrito Federal, decretada oficialmente no fim de janeiro, tem contribuído para a superlotação de pacientes nas unidades de saúde em busca de atendimento. Isso obriga os doentes a esperarem horas para receber ajuda seja para essa enfermidade seja para outros males, além dos que vão para consultas de rotina ou completar retornos médicos. Toda essa demanda fez os serviços ficarem lentos. Na nona semana desde que foi anunciado o alto grau de ameaça trazido pela picada do Aedes aegypti à região, a capital federal segue como uma das unidades da federação onde a situação se encontra mais grave. Nesta segunda-feira (25/3), o Correio foi até a Unidade Básica de Saúde (UBS) de Vicente Pires e à tenda de hidratação da Estrutural para verificar como a população está lidando com o problema.
A secretária Géssica Samily Costa, 32 anos, estava na tenda. Acompanhada de três filhos ela havia levado um deles para verificar o nível das plaquetas no sangue. Por indicação médica, o menino está fazendo exames diariamente. Segundo a mãe, ele manifestou dor na barriga e diarreia desde a semana passada. “Eu nem imaginava que era dengue porque ele não estava com febre. Então, estava tratando-o apenas com um repositor de flora intestinal”, contou. O primeiro sinal de alerta foi quando o garotinho de cinco anos apresentou elevação de temperatura corpórea, na sexta-feira, quando foi levado à UBS da Estrutural pela primeira vez. A mãe disse que só saberá se vai continuar com a peregrinação diária até esse local com o filho, depois de receber o resultado do teste a que foi se submeter e pelo que esperava pacientemente a vez de fazer o recolhimento, sem previsão de horário.
Dos três filhos de Géssica, outros dois pegaram dengue nos últimos meses. Ainda em janeiro, a própria secretária e o seu primogênito, um adolescente de 14 anos, se infectaram com a arbovirose (doença viral transmitida por mosquitos). Ambos precisaram procurar a tenda de hidratação sentindo sintomas da dengue clássica: dor de cabeça, febre e fadiga.
A monitora escolar Clícia Lopes, 23, estava há quase três horas com o namorado aguardando atendimento na UBS de Vicente Pires. “Eu moro perto, então, sempre busco atendimento aqui. Hoje está muito cheio, parece que vai demorar mais”, disse. Semana passada, quando sentiu febre, cansaço e dores pelo corpo, Clícia buscou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da mesma região administrativa para buscar atendimento médico. “Na UPA, me disseram que eu não tinha sintomas suficientes para ser atendida, e que era melhor eu ir embora e voltar quando estivesse com mais sintomas”, contou. “Eu preferi não voltar lá, claro. E vim hoje para UBS. Estou com muita dor no corpo e não melhoro”, reclamou.
A também confeiteira disse ter recebido informações de vizinhos nas ruas próximas à casa dela vítimas do Aedes. “Quase todo dia eu fico sabendo de um caso novo por aqui. Domingo, mesmo, minha tia e priminha ficaram doentes”, contou. Clícia também teve a enfermidade em 2023, mas considerou que os sintomas estão mais acentuados neste ano.
Demora
Sobre os longos períodos de espera, a Secretaria de Saúde (SES) informou, em nota, que “nas tendas, os pacientes passam por triagem, avaliação e medicação, nos casos necessários. Durante o fluxo de atendimento, casos suspeitos realizam testes rápidos de dengue, cujos resultados duram de 15 a 25 minutos. A medicação e hidratação intravenosa podem durar até 40 minutos.”
Questionado pelo Correio sobre a aparente demora nos serviços, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IgesDF), órgão administrador das UPAs, informou que essas unidades fazem atendimentos para casos de média complexidade (não muito graves), salientando ainda “que a porta de entrada para atendimento na rede pública são as UBSs. Após avaliação, os pacientes podem ser encaminhados para os Hospitais de Referência ou Unidades de Pronto Atendimento.” E completou: “Reafirmamos que, apesar da alta demanda, estamos comprometidos em superar os desafios e garantir atendimento à toda população que busca por assistência médica.”
De acordo com o painel InfoSaúde-DF, da SES, o DF registra desde janeiro 188 óbitos pela doença. Além disso, há 186.409 notificações de pessoas com dengue. Elas são tanto moradoras da capital federal como de outros estados e que buscaram ajuda na região. Levantamento do Ministério da Saúde apontou que, em Brasília, há 176.657 pessoas infectadas e, até agora, 154 óbitos. Brazlândia, Ceilândia e Sol Nascente são os lugares que mais têm adoentados.
Com informações do Correio Braziliense
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