GDF planeja construir cinco hospitais e 17 UBS até o fim de 2026
“É um investimento da ordem de R$ 2 bilhões sendo feito para que a gente possa diminuir as filas dos atendimentos”, destaca Ibaneis Rocha. Nessa sexta-feira (26/4), o governador assinou a ordem de serviço para a construção do Hospital Clínico Ortopédico do Guará (HCO)
Conforme anunciado no início de 2023, o governador Ibaneis Rocha, (MDB) assinou, nessa sexta-feira (26/4), ordem de serviço para a construção do Hospital Clínico Ortopédico do Guará (HCO), onde serão investidos R$ 174 milhões. Na ocasião, o emedebista confirmou também a construção de sete novas Unidades Básicas de Saúde (UPAs) para o segundo semestre. Segundo Ibaneis, as licitações serão feitas em maio para a construção das unidades, que serão construídas no Guará, Estrutural, Sol Nascente, Araporanga, Água Quente, Águas Claras e Vicente Pires. De acordo com o secretário de Governo, José Humberto Pires, cada unidade terá investimento de R$ 12 milhões. Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES), serão construídos, até o fim de 2026, cinco hospitais e 17 Unidades Básicas de Saúde (UBS) (veja no fim do texto).
“Há 16 anos, o Distrito Federal não iniciava uma obra de um hospital. O último foi o de Santa Maria. E agora, com isso, a gente espera poder ampliar o atendimento para toda a população. É um investimento da ordem de R$ 2 bilhões sendo feito pelo GDF para que a gente possa melhorar a saúde da nossa população e diminuir as filas dos atendimentos”, anunciou Ibaneis Rocha”. Além disso, nós estamos trabalhando muito na contratação de profissionais”, completou.
O governador reconheceu a crise na saúde pública atravessada pelo DF no momento. “Vamos ter muita coisa para entregar à população daqui até o fim do mandato, saindo desse caos que ainda é a saúde no Distrito Federal”, declarou Ibaneis Rocha.
Segundo a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, o número de leitos de ortopedia no DF subirá de 246 para 336, quando somados os 90 de ortopedia previstos para o Hospital Clínico Ortopédico do Guará. “O Hospital do Guará tem 52 leitos e a população carecia desse aumento de leitos. Agora, nessa unidade, teremos 160 leitos, sendo 90 voltados para a ortopedia, permitindo esse giro maior de leitos, inclusive para a ortopedia”, detalhou Lucilene.
De acordo com o presidente da Novacap, Fernando Leite, a construção da unidade no Guará também será importante para auxiliar o Hospital de Base, referência no DF para a ortopedia e traumatologia. “Vai desafogar a ortopedia do Hospital de Base, que é muito sobrecarregada. Vai ser de alguma forma um hospital de apoio ao Base”, avaliou. Somente em 2023, o Base fez 19.938 atendimentos ambulatoriais, 21.350 atendimentos de urgência e emergência e 2.274 cirurgias na área de ortopedia e traumatologia.
O Instituto de Gestão Estratégica da Saúde (Iges-DF) anunciou que a nova UPA a ser construída no Guará será a primeira Unidade de Pronto Atendimento 100% preparada, desde sua concepção, para receber pacientes pediátricos. “As UPAs, quando foram criadas, não contemplavam atendimento para a pediatria. Com o tempo e a demanda, tivemos que ir nos adaptando. Agora, o projeto está sendo elaborado com a inclusão de leitos exclusivos para a pediatria”, explica a gerente de Projetos do Iges-DF, Tatiana Tostes.
Mais unidades
Além do Hospital Clínico Ortopédico (HCO) do Guará, o governador anunciou, no início do mandato, a construção de hospitais no Recanto das Emas e em São Sebastião. A ordem de serviço para iniciar as obras do Hospital dos Recantos das Emas (HRE) foi assinada semana passada. A unidade vai ter 100 leitos para atendimento médico, 60 de clínica médica, 30 de pediatria e 10 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica. A obra vai custar R$ 133 milhões e beneficiará 150 mil moradores da região. Quanto ao hospital de São Sebastião, o governador informou que os trâmites burocráticos estavam em curso para que seja formalizada a construção. No início de março, Ibaneis assinou ordem de serviço para reforma e ampliação do Hospital Regional de Brazlândia, com investimento previsto de R$ 20 milhões.
Funcionário em uma lanchonete, Daniel Glauber, 44 anos, reforça a necessidade de um melhor atendimento de saúde em São Sebastião. “Costumo a ir à UPA de São Sebastião mas, na maioria das vezes, de lá eles me encaminham para o Hospital Regional do Paranoá. É essencial a contratação de mais médicos. Se a instituição fica sem profissional, resulta em lotação. Hoje em dia, encontramos os hospitais mais lotados do que antigamente”, observou.
Pedro Henrique, 35, vendedor e morador do Riacho Fundo 1 falou sobre a dificuldade de conseguir atendimento no hospital da região. “Nem sempre é viável, porque não tem atendimento, o hospital não tem médico. Em algumas ocasiões, prefiro ir no Hospital do Recanto das Emas, acho lá melhor. Para melhorar esta situação, creio que a contratação de profissionais da saúde seria essencial”, opinou.
Contratações
Ibaneis Rocha anunciou, nessa sexta-feira (26/4), que o processo para chamamento público para a contratação de médicos anestesistas deve ser concluído na próxima segunda-feira. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) vai investir cerca de R$ 20 milhões para contratar serviços de anestesiologia em cirurgias eletivas realizadas nos hospitais públicos do DF. O aviso de abertura do edital foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) da última terça-feira.
Por conta da crise na saúde causada pela dengue e doenças respiratórias, a SES contratou, no início de abril, 200 médicos generalistas. Os profissionais foram convocados por meio de processo seletivo e atuam de forma temporária, por seis meses, renováveis pelo mesmo período.
Análise
A professora de saúde coletiva da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em gestão da saúde pública, Carla Pintas, explica que a população deve entender que a grande maioria dos atendimentos de saúde são ofertados na atenção primária, isto é, nas UBSs. “O ideal é realmente expandir a atenção primária, além de colocar especialistas para atenderem às necessidades encaminhadas de lá”, analisou.
A especialista chama atenção ainda à necessidade de construção de mais policlínicas no DF, unidades que oferecem atendimento ambulatorial especializado e atuam como suporte às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em casos que não são de urgência e emergência. Ao todo, há 14 Policlínicas em todo o DF. “São clínicas de atendimento secundário e temos muito poucas. Por exemplo, quando um paciente hipertenso vai na UBS e precisa reforçar o diagnóstico com um cardiologista, ele é encaminhado à atenção secundária”, esclareceu Carla Pintas.
Entregas até 2026
A Secretaria de Saúde informa que a previsão é construir:
Cinco hospitais
» Hospital Oncológico, obra em andamento — Valor do contrato: R$ 158.543.284,19
» Hospital Clínico Ortopédico do Guará — Obra licitada — Valor da licitação: R$ R$ 174.000.000,00
» Hospital do Recanto das Emas — Obra licitada — Valor da licitação R$ 133.701.000,00
» Hospital de São Sebastião — Obra aguardando aprovação da Caixa Econômica — Valor do contrato de repasse: R$ 131.065.260,00
» Hospital do Gama (novo) — Em andamento estudos preliminares para publicação do Aviso de Licitação — Sem valor estimado ainda
17 unidades básicas de saúde:
Quatro estão aguardando finalização do processo licitatório:
» Chapadinha — R$ 6.698.476,88
» Incra 8 — R$ 12.264.163,46
» Santa Maria — R$ 10.152.405,52
» Ponte Alta do Gama — R$ 5.714.200,00
Há previsão de licitação de outras seis UBSs ainda neste ano:
» Estrutural
» Residencial Leste de Planaltina
» Vicente Pires
» Águas Claras
» Riacho Fundo II
» São Francisco em São Sebastião
Em 2025, a previsão é licitar outras cinco UBSs e mais duas em 2026.
Saiba como ser atendido
Unidade Básica de Saúde (UBS)
É a porta de entrada para o atendimento na rede pública de saúde. As equipes de saúde da família fazem o acompanhamento em todos os ciclos de vida. Havendo necessidade de atendimento especializado, a equipe fará o encaminhamento e a UBS a inserção da solicitação no sistema de regulação. É onde os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) podem receber atendimento médico para diagnóstico e tratamento de cerca de 80% dos problemas de saúde. É nessas unidades que a população tem acesso a medicamentos gratuitos e vacinas, faz atendimento pré-natal, acompanhamento de hipertensos e diabéticos e de outras doenças, como tuberculose e hanseníase.
Unidade de Pronto Atendimento (UPA)
Funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana e podem resolver grande parte das urgências e emergências, como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame.
A estrutura simplificada, com raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação, colabora para a diminuição das filas nos prontos-socorros dos hospitais. Quando o paciente chega às unidades, os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico.
Nas localidades em que estão em pleno atendimento, as unidades têm capacidade para atender sem necessidade de encaminhamento ao pronto-socorro hospitalar em mais de 90% dos pacientes. Estas unidades estão ligadas diretamente ao SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
Hospitais
Em situações de emergência que necessitam de internação, cirurgias, acompanhamento cirúrgico, exames mais elaborados, maternidade, exames de imagem e casos mais complexos.
*Fonte: Ministério da Saúde
Saiba como ser atendido
Unidade Básica de Saúde (UBS)
É a porta de entrada para o atendimento na rede pública de saúde. As equipes de saúde da família fazem o acompanhamento em todos os ciclos de vida. Havendo necessidade de atendimento especializado, a equipe fará o encaminhamento e a UBS a inserção da solicitação no sistema de regulação. É onde os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) podem receber atendimento médico para diagnóstico e tratamento de cerca de 80% dos problemas de saúde. É nessas unidades que a população tem acesso a medicamentos gratuitos e vacinas, faz atendimento pré-natal, acompanhamento de hipertensos e diabéticos e de outras doenças, como tuberculose e hanseníase.
Unidade de Pronto Atendimento (UPA)
Funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana e podem resolver grande parte das urgências e emergências, como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame.
A estrutura simplificada, com raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação, colabora para a diminuição das filas nos prontos-socorros dos hospitais. Quando o paciente chega às unidades, os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico.
Nas localidades em que estão em pleno atendimento, as unidades têm capacidade para atender sem necessidade de encaminhamento ao pronto-socorro hospitalar em mais de 90% dos pacientes. Estas unidades estão ligadas diretamente ao SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
Hospitais
Em situações de emergência que necessitam de internação, cirurgias, acompanhamento cirúrgico, exames mais elaborados, maternidade, exames de imagem e casos mais complexos.
*Fonte: Ministério da Saúde
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