Abstenção no segundo turno aumenta e chega a 29%, segundo TSE
O segundo turno das eleições municipais ocorreu de maneira relativamente tranquila no país. A Polícia Federal informou que ao todo 33 pessoas foram presas por delitos relacionados ao pleito. Porém, apesar do clima de tranquilidade, uma preocupação voltou a rondar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão máximo do Poder Judiciário na organização do evento. A abstenção, ou seja, a quantidade de pessoas que não foram votar, chegou a 29% na média nacional.
No primeiro turno, a abstenção média ficou em 21% — o que revela que a quantidade de faltosos continua aumentando. Em São Paulo, o cenário foi ainda mais acentuado, com 31% dos eleitores deixando de comparecer para fazer sua escolha entre os candidatos que concorreram ao segundo turno.
A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, disse que os relatórios ainda serão fechados e os dados analisados pela Corte eleitoral e pelos tribunais regionais eleitorais no âmbito dos estados. “Há um aumento de abstenção no segundo turno, em 2020 tivemos quase 31% e pelo menos até aqui está dando entre 28% e 30%”, destacou.
“Amanhã, recomeçamos os trabalhos e continuaremos com a preparação de relatórios dos TREs e apresentações em data previamente marcada para saber o que aconteceu nessas eleições, quais os dados que precisamos analisar para que as eleições de 2026 ocorram no mesmo clima de tranquilidade. Quase no mesmo clima de monotonia. Queremos a monotonia democrática”, completou a ministra.
Ao longo do dia, Cármen Lúcia realizou uma visita à sala de situação do TSE para acompanhar a atualização das ocorrências. Segundo a ministra, o TSE trabalha para adicionar ao relatório final das eleições uma análise que responda a perguntas como, segundo ela mesma exemplificou: “Mais mulheres deixaram de votar? Mais homens deixaram de votar? Mais pessoas em um estado deixaram de votar? Em determinado município, houve uma abstenção maior?”.
Ainda sobre as questões meteorológicas e as situações de muita chuva ou de estiagem, Cármen Lúcia demonstrou estar atenta a essas questões. No caso do Norte, por exemplo, onde as condições eram “muito mais difíceis” por conta da estiagem, ela informou ter “lutado muito” para atenuar os riscos para o eleitor de ter seu voto prejudicado.
Pela manhã, a ministra deu o exemplo e foi votar em Belo Horizonte, por volta das 8h. Ela chegou ao colégio eleitoral antes da abertura dos portões e pegou fila como todos os cidadãos.
Ocorrências
Ao longo do dia, a magistrada, acompanhada do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi ao complexo da Polícia Rodoviária Federal (PRF), onde fica o Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, a sala fez o controle da segurança dos 51 municípios onde ocorreram as votações do segundo turno. O sistema feito de modo integrado com representantes do TSE e com as forças de segurança nacionais visa à prevenção e repressão aos crimes eleitorais.
Durante as visitas ao TSE e à PRF, Cármen Lúcia se encontrou com autoridades da Polícia Federal (PF), PRF, além de representantes do Ministério da Defesa, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e das Polícias Militares (PMs) de São Paulo e de Minas Gerais.
De acordo com dados da Polícia Federal, 33 pessoas foram conduzidas a delegacias por situações de flagrante, sendo seis delas no Rio de Janeiro. Seis inquéritos foram instaurados para apurar situações que indicam crime eleitoral. Além disso, foram apreendidos bens nos valores de R$ 65.870. Ao longo de 2024, o total de bens e valores apreendidos foi R$ 54,9 milhões, sendo R$ 24,1 milhões em espécie. A corporação informou que os principais crimes em apuração são os de propaganda irregular e corrupção eleitoral, especialmente a compra de votos.
Com informações do Correio Braziliense
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