Policiais militares e funcionários da Codhab são investigados por venda de terra ilegal em Ceilândia e Sol Nascente
Sete policiais militares do Distrito Federal são alvos da operação Horus, deflagrada pela Coordenação Combate à Corrupção ao Crime Organizado, aos Crimes, contra a Administração Pública e aos Crimes contra a Ordem Tributária (Cecor). A coordenadoria busca também cumprir 15 mandados de busca e apreensão. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e da Polícia Civil do Distrito Federal também participam da operação.
De acordo com a Cecor, os militares estariam envolvidos na grilagem de terra na região de Sol Nascente. Esta atividade ilegal recebia o apoio de um grupo armado que cometia crimes relacionados às invasões. A primeira fase da operação tem como intuito desarticular o núcleo composto pelos policiais militares já denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – do MPDFT – pelo crime de organização criminosa.
As investigações mostraram que os militares participavam do esquema dando suporte aos grileiros, que também participavam da venda de terras. Comprovou-se também que ameaças e homicídios também aconteceram. A investigação começou em 2011.
Grilagem
A ocupação irregular do solo sempre foi um problema social cuja solução é destinada ao Estado. No caso especifico da operação Horus, o grupo atuava numa região abandonada pelo poder público, considera, por isso, uma das maiores favelas da América Latina. Reportagens da imprensa local, já denunciaram que moradores de Sol Nascente conviviam com o medo em razão dessa grilagem de terras na região. Um terreno grilado, descobriu a investigaçõe, de aproximadamente 200 metros quadrados, chega a ser vendido por R$ 30 mil reais.
“A comercialização é fácil e rápida. Muitas vezes, a dívida é quitada em apenas uma parcela ou paga com a entrega de carros ou imóveis em outras regiões do DF. Os anúncios são feitos por meio de faixas e em sites de venda na internet”, constatou a operação.
Codhab
Além dos militares, servidores da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab), da ativa e aposentados também são investigados no inquérito da Horus. Alguns funcionários da companhia estariam envolvidos na grilagem de terras em Ceilândia, atuando, inclusive, em Sol Nascente, onde especulam um terreno que fica localizado em sua na região central. Além da estratégica localização, a região é favorecida com infraestrutura, como pavimentação asfáltica, ponto de ônibus, comércios e energia elétrica. Os terrenos vendidos na região variariam entre R$ 40 mil e R$ 180 mil.
Fotos: Jorna de Brasília