‘Não é normal a gente ter 65 bebês morrendo em um prazo de 60 dias’, afirma distrital Dayse Amarilio ao comentar sobre a situação da saúde pública do DF
Para a deputada distrital Dayse Amarilio (PSB) mesmo a saúde pública sendo algo “complexo”, não há porque o Governo do Distrito Federal (GDF) permitir que 65 bebês morram num prazo de 60 dias. Segundo a distrital, que é enfermeira de formação, essa realidade choca a população que fica sem saber o que fazer quando se trata de buscar os serviços da rede pública de saúde na capital federal.
“A saúde não é simples, é algo muito complexo, a gente entende isso, mas a gente entende chegou numa situação insustentável, não é normal a gente ter 65 bebês morrendo em um prazo de 60 dias”, afirma.
De acordo com a distrital, é preciso que se investigue a gestão da saúde pública no DF o mais rápido possível, pois a população não aguenta mais ficar “peregrinando” pelos hospitais em busca de atendimento e não se atendido. Para ela, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), que é responsável pela gestão de grande parte dos serviços de saúde na capital, precisa prestar contas à população, assim como o próprio governo.
“O Instituto de Gestão Estratégica cada vez se amplia mais, dando uma sensação como se a gente tivesse duas coisas separadas, Secretaria de Saúde e Iges, mas na verdade não é. A Secretaria é a contratante de um serviço, de um serviço que não tem transparência, um serviço que não está dando respostas”, explica. “Então, a gente não pode ver como normal uma criança esperar 12 horas para uma UTI, crianças morrerem sem ter a chance de ter um diagnóstico”, afirma.
A deputada comentou sobre a presença de representante do governo local que estiveram na Câmara Legislativa no início da semana para discutir junto aos distritais sobre o assunto da saúde pública. Segundo ela, a reunião não teve o êxito esperado, já que muitas perguntas feitas pelos distritais ficaram sem respostas, o que corrobora ainda mais com a suposição de que pouca coisa está sendo feito por parte do governo para reverter esse quadro de precarização do serviço público de saúde.
“Saí bastante frustrada da reunião e eu acho que alguma coisa precisa ser feita, acho que se a gente começar a gente ainda vai achar muita coisa, acho que é por isso que precisa ser investigado”, disse a distrital.
Ontem, seis deputados distritais assinaram o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar sobre a saúde pública do DF. A comissão não foi formada ainda, pois são necessárias oito assinaturas para que o pedido possa ser instaurado. Para Amarilio, investigar é o único caminho que cabe aos deputados neste momento, já que a execução dos serviços é de exclusividade do governo.
“Acho que a gente tem que fazer nosso papel que é de representar e legislar. Acho que Brasília precisa de Brasília, mas não por grupos políticos, porque parece que os grupos políticos eles trabalham para próxima eleição para ganhar. A gente precisa de políticas públicas, e políticas públicas dá trabalho, demora ter efeito. Então, a gente não pode pensar na próxima na próxima eleição, a gente tem que pensar no povo que precisa”, ressalta.
A deputada lembra que não é só a saúde que anda comprometida. De acordo com ela, outras áreas essenciais para o bom funcionamento da sociedade também estão sendo comprometidas pela falta de investimento e de atenção por parte do governo.
“Hoje o sistema para atender a mulher vítima de violência, por exemplo, é um sistema muito sucateado, o mesmo ocorre na questão da mulher, na questão do idoso, da criança. São muitas lutas política e falta cuidado, eu sinto falta porque eu sou enfermeira, estou parlamentar, mas sempre lutei pela saúde, foi a luta pelas mulheres contra a violência doméstica, uma mãe que tinha problemas com alcoolismo por conta da violência doméstica, então tem muitas dores que fez com que eu estivesse aqui hoje, mas acho que política você tentar fazer o bem para quem mais precisa, essa é a verdadeira essência da política”, afirma.
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