
A vitória de Fernanda Torres repercutiu na mídia estrangeira. E sabe o que é bacana? Nenhuma pôs em dúvida o prêmio (não se falou que vitória foi “controversa”, que fulana era melhor etc.).
Outra coisa bacana: nenhuma mídia falou mal do Brasil, como aconteceria se Fernanda Torres tivesse ganhado na época do genocida, como vimos naquele horror que ocorreu quando Chico Buarque venceu o Prêmio Camões.
A gente tem problemas estruturais graves, seculares, que Elias Jabbour aborda muito bem em suas entrevistas e seus textos/livro. Há os problemas do governo Lula, resultado da ampla coalização que ele teve de fazer, das instituições infestadas de cupins bozofascistas que ele herdou, da destruição das delimitações dos poderes com o golpe, instituindo um parlamentarismo chantagista, com arthur lira tendo poderes imperiais, sem nenhum controle, contraponto (até Flávio Dino entrar na jogada).
Mas, no nosso cotidiano, temos vitórias, temos avanços que dão esperança à gente. O prêmio dado a Fernanda Torres vai além de uma coisa meramente comercial, cinematográfica.
Tem peso nesta conjuntura, porque estamos no ano em que o Brasil pode finalmente começar a exumar seus cadáveres ditatoriais anistiados e/ou varridos para debaixo do tapete da impunidade na redemocratização.
Assistir ao vídeo de Lula conversando com Fernanda Torres, exaltando a cultura, o Brasil, a democracia, numa relação de respeito e afeto mútuos, é muito alentador, aquece. Dá um sentido de civilidade.
E esse tom afetivo, fora de uma mera atitude protocolar, contrapõe-se à brutalidade das armas, da virulência da extrema-direita.
Os bozos estão putos. Fernanda Torres pôs um Globo de Ouro na cabeça deles; impôs uma agenda (só falaram disso para tentar desqualificar haha). Sentiram. Muito.
Também hoje, ao ouvir a entrevista ótima de Elias Jabbour no DCM, veio mais um prazer. Além da capacidade dele de elevar o debate, com críticas bem fundamentadas, necessárias, ainda foi prazeroso ouvi-lo responder sobre o que pensam os chineses de Dilma Rousseff.
Ele falou que ela é uma figura da História. Os chineses valorizam muito essa pessoa histórica que ela e´, desde a sua luta contra a ditadura, quando foi presa e torturada, até o fato de ser a primeira mulher a presidir o Brasil, estando antes envolvida em grandes projetos do governo Lula.
Jabbour lembrou que o governo chinês deu a Dilma a mais alta condecoração do país. Disse que ela colocou o Banco dos BRICS em outro patamar, legitimando essa instituição. Ele está na “primeira fileira do G20”.
Afirmou que Dilma Rousseff é, hoje, reconhecida como uma liderança no Sul Global. É ou não é para amar?
Olha, gente, quando passamos aquele calvário do golpe, iniciado pelos cirandeiros em 2013, passamos pela perseguição de Lula, meu único desejo era que eles tivessem justiça (não a dos homens meramente, a do destino, da roda da fortuna). Queria que voltassem triunfalmente, por cima, sambando na cara dos golpistas.
Não que Lula e Dilma tivessem ficado por baixo, mas eles foram degredados em seu próprio país. Dilma nunca foi chamada a dar entrevistas em jornais depois do golpe; ela foi completa e deliberadamente apagada pela mídia, como se seus governos não existissem.
Lula foi preso, ficou quase um ano proibido de dar entrevistas. Ele não podia falar publicamente, gente. Chegaram a isso para aniquilar essas duas figuras da vida política e pública do país.
É por isso que, ao ver Lula novamente na presidência, sendo reconhecido como a liderança do Sul Global, como disse Jabbour; ao ver Dilma Rousseff como essa figura histórica, poderosa no mundo, também tratada como uma liderança do Sul Global, sinto-me realizada.
O Brasil que lute. Meu desejo foi plenamente satisfeito.
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