“Plano B”: vídeo mostra bastidores de trama para sabotar as eleições
Vídeo liberado pelo Supremo revela reunião em que Bolsonaro cobra de integrantes do governo um “plano B” contra o TSE
Um vídeo apreendido na casa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, mostra que o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes do governo tramaram para inviabilizar as eleições de 2022, com temor de serem derrotados pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Um vídeo apreendido na casa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, mostra que o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes do governo tramaram para inviabilizar as eleições de 2022, com temor de serem derrotados pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com a investigação, foi montada uma organização criminosa, com seis núcleos (desinformação, incitação aos militares, jurídico, operacional, inteligência paralela e núcleo de oficiais de alta patente) para atuar em uma tentativa de golpe de Estado e manter Bolsonaro no poder. Também teria sido elaborada uma minuta golpista que previa a prisão de Moraes.
Segundo fontes, a câmera que filmou a reunião estava atrás de um vidro com película, e a probabilidade é de que os ministros não sabiam que estavam sendo gravados.
Os investigadores da PF também apuram se Mauro Cid gravou a reunião por conta própria ou se o fez com o consentimento de Bolsonaro. Ainda há a hipótese de que tenha sido registrada como “documentação histórica” para os golpistas.
Forças Armadas
No encontro, o ex-presidente afirmou que a Justiça Eleitoral errou ao convidar as Forças Armadas para integrar a Comissão de Transparência das Eleições, pois a decisão, segundo ele, o beneficiava.
“O TSE cometeu um erro quando convidou as Forças Armadas para participar da Comissão de Transparência Eleitoral. Cometeu um erro. Eles erraram. Para nós, foi excelente. Eles se esqueceram que sou o chefe supremo das Forças Armadas?”, ironizou.
Em 2021, as Forças Armadas e outras entidades foram incluídas pelo TSE na Comissão de Transparência. O grupo foi criado com o objetivo de ampliar a lisura e a segurança de todas as etapas de preparação e realização do pleito.
Na mesma reunião, o então ministro da Defesa e general da reserva do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, admitiu que a finalidade da participação dos militares na comissão era garantir a reeleição de Bolsonaro.
Sem provas
Bolsonaro também sustentou, sem provas, que Moraes estaria “levando US$ 50 milhões” para fraudar o resultado das eleições de 2022 e favorecer o petista Luiz Inácio Lula da Silva. Ele também acusou Fachin e o também ministro do Supremo Luís Roberto Barroso de receberem indevidamente US$ 30 milhões.
“Pessoal, perder uma eleição não tem problema nenhum. Nós não podemos é perder a democracia numa eleição fraudada. Olha o Fachin. Os caras não têm limite. Eu não vou falar que o Fachin tá levando 30 milhões de dólares. Não vou falar isso aí”, afirmou. “O … que o Barroso tá levando 30 milhões de dólares. Não vou falar isso aí. Que o Alexandre de Moraes tá levando 50 milhões de dólares. Não vou falar isso aí. Não vou levar pra esse lado. Não tenho prova, pô! Mas algo esquisito está acontecendo.”
Em um dos trechos, o ex-chefe do Executivo admite não ter provas do recebimento desse pagamento por parte dos ministros do STF, mas que “não resta dúvidas” de que ele teria sido feito. “Será que é grana que tem nisso? Eu chutei um número aleatório (…) Eu já fui convidado para locais cabulosos aqui em Brasília”, declarou.
Com informações do Correio Braziliense
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