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Saúde e mobilidade são principais preocupações dos idosos que moram no DF, aponta pesquisa

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Até 2030, fatia da população com 60 anos ou mais deve passar de 11,5% para 16,6% na capital. Pesquisadores apontam para necessidade de políticas públicas mais assertivas para faixa etária.

Idoso foto genérica idosos velho — Foto: Divulgação

A população idosa tem crescido com velocidade acelerada no Distrito Federal. Em 2020, as pessoas com 60 anos ou mais representavam 11,3% do total de residentes. A expectativa é que até 2030, o índice chegue a 16,6%. Por ano, o número de idosos cresce 5,5% a mais que na última década no DF.

O envelhecimento chama atenção para a qualidade de vida dos idosos na capital. Uma pesquisa realizada pelo grupo ObservaDF, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), aponta que atendimento médico, locomoção pela cidade e acesso ao transporte público são as maiores preocupações desse grupo (veja detalhes abaixo).

O levantamento ouviu 913 pessoas e, apesar dos problemas, aponta que os entrevistados estão muito satisfeitos com o lugar onde moram no DF.

Para a pesquisadora Ana Maria Nogales, os resultados apontam para a necessidade de uma política pública distrital mais assertiva. “Uma cidade que envelhece deve ser acolhedora para todas as idades, mas, principalmente, para a população idosa”, afirma.

Nogales acredita que as iniciativas presentes hoje no Distrito Federal para esse público são tímidas. “São necessárias políticas de atenção ao idoso, assistência social, espaços públicos mais acolhedores, sobretudo nas regiões de maior vulnerabilidade”, destaca a pesquisadora.

Saúde

No DF, 53,1% dos idosos não têm acesso a um plano de saúde. A dependência ou não do sistema público de saúde varia de acordo com a condição financeira. Nas regiões de maior renda, 87% da população com mais de 60 anos possui plano de saúde. Já entre a renda mais baixa, 86,2% não contam com o benefício.

Nessa parcela da população, três em cada quatro idosos declarou utilizar os serviços da Unidade Básica de Saúde (UBS). Entre eles, 25% afirmam que o atendimento não é acolhedor e não é de fácil acesso.

Além disso, os idosos entrevistados afirmam desconhecer ou dizem não existir atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças, e existência de atendimento domiciliar na rede pública de saúde.

“Com o avançar da idade, idosos ficam em casa, acamados. As famílias sentem o peso de cuidar deles, não é fácil. A assistência social e saúde [pública] também precisam prestar esse atendimento, que sabemos que existe, mas deve ser reforçado”, afirma a pesquisadora do ObservaDF Ana Maria Nogales.

Transporte público

Parada de ônibus cheia na avenida Hélio Prates, em Ceilândia, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução

Pegar transporte público na capital também não é uma tarefa fácil, segundo os idosos entrevistados. De acordo com o levantamento, cerca de 40% da população com mais de 60 anos afirma que não é sempre que motoristas de ônibus param para idosos.

“Escutamos [durante a pesquisa] que tem motorista que vê idoso, finge que não [vê], e passa direto”, aponta Ana Maria Nogales.

A falta de auxílio para idosos atravessarem a rua ou acessarem o transporte público também foi alvo de reclamação. Do total de entrevistados, 20% apresentaram a queixa.

“Às vezes, com dificuldade para atravessar, dificilmente você vai encontrar uma pessoa, um jovem, para ajudar”, afirmou um idoso de 66 anos durante a pesquisa.

Locomoção pela cidade

Calçada quebrada no DF — Foto: TV Globo / Reprodução

A presença de degraus, obstáculos e inclinações são problemas reportados por mais de 50% dos idosos ouvidos na pesquisa. A condição das calçadas e ruas do DF também dificulta a locomoção, de acordo com o levantamento. Entre as queixas, estão:

  • Buracos: para 58,7% dos idosos;
  • Irregularidades perigosas: 51%;
  • Obstáculos: 44,27%.

“A cidade não foi pensada para a pessoa idosa ou que tem maior dificuldade de locomoção. Temos que repensar a cidade para que ela seja boa para todos”, destaca Nogales.

As pessoas ouvidos pelo levantamento também avaliaram negativamente a falta de praças e a conservação e limpeza dos pontos de encontro comunitários (PEC). O problema é apontado por cerca de 50% dos entrevistados.

Fonte: G1

Jornalista

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