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Após um ano e cinco meses, Brasília encerra racionamento após reabastecer reservatórios

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A partir desta sexta-feira (15), o abastecimento de água no Distrito Federal se normalizará, com o fim do rodízio.

Após um ano e cinco meses, em que a redução de consumo se aliou a investimentos no setor, o governo local se encontra com recursos hídricos suficientes para atender a população até o próximo período chuvoso. As providências tomadas para encerrar o racionamento foram detalhadas em entrevista coletiva nesta quinta-feira (14) no Palácio do Buriti.

A Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) destaca a conclusão de novas fontes de captação e de transferência de água entre os sistemas, além da recuperação dos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria.

A retirada de água do Lago Paranoá, com a Estação de Tratamento de Água do Lago Norte inaugurada em outubro de 2017, e o início da captação no Subsistema Produtor de Água do Bananal são parte das intervenções. Juntas, essas obras colocam no sistema local 1,4 mil litros de água por segundo.

A essas medidas se unem as chuvas dos últimos meses. A área técnica da Caesb elaborou projeções dos volumes dos reservatórios para o período de estiagem do DF e concluiu, diante de diversos cenários, que eles alcançarão níveis mínimos suficientes.

A previsão é que o Descoberto chegue ao fim de outubro de 2018 com 44% e o Santa Maria, com 42%.

O reservatório do Descoberto está atualmente com 92,9% de volume útil. O de Santa Maria soma 59,9% — dados dessa quarta-feira (13). Ambos ultrapassaram com antecedência as metas de referência estabelecidas pela Adasa, respectivamente, de 79% e de 56% para junho. Há um ano, o Descoberto media 51,9%, e o Santa Maria, 51,4%.

Para fortalecer o abastecimento nas próximas décadas, estão em construção o Subsistema e o Sistema Produtor de Água Corumbá, que, na primeira etapa de funcionamento, terá capacidade de captar 1,4 mil litros de água por segundo (l/s). O número sobe para 2,8 mil l/s na fase final.

Como essa última obra é fruto de um consórcio entre DF e Goiás, metade do volume abastecerá cada unidade da Federação. No futuro, a captação poderá ser ampliada para 5,6 mil litros por segundo.

Na coletiva, o governador Rodrigo Rollemberg ressaltou que, embora tenha havido contribuição das chuvas, elas ainda foram abaixo da média. “Grande parte da melhoria é resultado de um esforço conjunto, centrado no tripé investimentos; redução do consumo pela população; e colaboração dos agricultores.”

Investimentos e medidas na crise hídrica

Na estação do Lago Paranoá, foram investidos R$ 42 milhões do governo federal mais R$ 3,5 milhões da tarifa de contingência. Já no Subsistema Produtor de Água do Bananal, o valor foi de cerca de R$ 20 milhões.

Para o Sistema Produtor de Água Corumbá, os recursos do DF somam R$ 275 milhões — o governo de Goiás investe valor igual —, e a previsão é que a intervenção esteja pronta no fim deste ano.

A Companhia de Saneamento Ambiental focou ainda na interligação dos dois principais sistemas produtores de água, permitindo a transferência do Santa Maria-Torto para o Descoberto. Para isso, investiu quase R$ 12 milhões da tarifa de contingência.

A medida é importante para reduzir a dependência da cidade em relação ao reservatório do Descoberto. Antes da crise hídrica, ele era responsável pelo abastecimento de 1.631.549 pessoas, ou seja, mais de 60% da população.

Com a transferência de água entre os sistemas, o Descoberto passou a abastecer 52,09% (1.409.817 pessoas). O de Santa Maria pulou de 20,61% (557.820 pessoas) para 28,80%, ou 779.552 habitantes.

Os sistemas isolados e de pequenas captações (Brazlândia, Planaltina, São Sebastião e Sobradinho) fornecem, juntos, água para 19,11% da população, ou 517.139 pessoas.

Um exemplo de como é feita a transferência entre os sistemas está na Estação de Tratamento de Água Brasília (ETA Brasília), inaugurada em abril deste ano.

Ela leva água captada no Ribeirão Bananal e no Lago Paranoá para o reservatório do Cruzeiro, o mais alto da região central do DF.  De lá, o líquido vai para regiões tradicionalmente abastecidas pelo Descoberto, como Candangolândia, Guará e Vicente Pires. Também foi investido R$ 1,6 milhão no Subsistema do Gama.

A tarifa de contingência foi cobrada de outubro de 2016, quando Brasília entrou em situação crítica de escassez hídrica, a junho de 2017.

Outros R$ 170 milhões são investidos pela Caesb para redução e controle de perdas no sistema. Isso inclui a troca de mais de 200 mil hidrômetros no DF, válvulas redutoras de pressão, monitoramento e obras de setorização e adequação das redes de água.

Uso consciente da água deve permanecer

Desde janeiro de 2017, quando o rodízio foi iniciado no DF, a Caesb avalia que foram economizados ao menos 24.197.276.250 litros de água no Distrito Federal — quantidade equivalente a cerca de 9,6 mil piscinas olímpicas cheias.

A economia, entretanto, é ainda maior, de acordo com a companhia, porque desde 2016 eram feitas reduções de pressão na rede e campanhas sobre a crise hídrica. Além disso, a população atendida em 2017 e 2018 é superior à de 2016.

Fonte: Agência Brasília

Jornalista

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