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José Dirceu: “Comparado a Marçal, Bolsonaro vira um bobo da corte”

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Em entrevista à colunista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, o ex-ministro da Casa Civil do Brasil, José Dirceu (PT), diz que está assistindo “de camarote” à candidatura de Pablo Marçal (PRTB) e que ele é um problema muito maior para a extrema direita do que para a esquerda

Dirceu diz ainda que Bolsonaro é ‘bobo da corte’ perto de Marçal e que Boulos “tem condições” de vencer a eleição em São Paulo. Confira trechos:

Há dez anos, as forças de esquerda no Brasil venciam a sua quarta eleição presidencial seguida. Apesar do desgaste do mensalão e da Operação Lava Jato, elas pareciam invencíveis nas urnas. Hoje é a direita que parece ter essa força avassaladora. Ela veio para ficar?

Se você observa as eleições na França, nos EUA, na Alemanha, vê que o capitalismo vive hoje uma disputa entre as soluções da extrema direita e da direita. E isso está se desenhando no Brasil também. Mas eu não creio que a direita veio para ficar. A esquerda ressurgiu na França [nas eleições deste ano] e houve reação à violência da extrema direita na Grã-Bretanha também.

A liderança do Lula, que no fundo representa as forças políticas de esquerda no país, se expandiu [em duas décadas]. Nós vencemos cinco eleições [2002, 2006, 2010, 2014 e 2022], o que é um fato histórico mundial. Só não vencemos a sexta [em 2018] porque o Lula estava preso em um processo político de exceção.

Mas a votação do [hoje ministro Fernando] Haddad [em 2018], que teve 32 milhões de votos naquelas condições, me deu a segurança de que havia ainda um período sob a liderança do Lula e, de certa forma, sob a hegemonia do PT. Isso se confirmou em 2022. Eu estou assistindo de camarote. O Marçal é um problema muito maior para a extrema direita do que para nós. (…)

Pablo Marçal ao lado de Jair Bolsonaro: para Dirceu, ambos dividem a direita. Divulgação

Mas há uma nova direita que surgiu, não?

Sim. Essa direita que estamos vendo agora tem um elemento religioso, do fundamentalismo neopentecostal. E tem o elemento do liberalismo econômico, incorporado por setores das classes populares, que é anti-Estado, anti-imposto, e que o [Pablo] Marçal representa bem. Ele divide o bolsonarismo.

Divide e ameaça?

Eu estou assistindo de camarote [rindo]. Porque o Marçal é um problema muito maior para a extrema direita do que para nós. Eles vão ficar divididos em 2026 porque a agenda dele não une a direita. O Marçal vai correr por dentro. E o Bolsonaro tem uma liderança e um carisma muito forte também. Mas, comparado ao Marçal, o Bolsonaro vira um bobo da corte. (…)

As pesquisas mostram que, no segundo turno, Nunes vence Boulos por larga margem. Por que, ainda assim, o senhor acredita em uma vitória da esquerda?

Porque nós temos força na capital, já vencemos outras vezes. Em 2022, vencemos na cidade com o Lula [para presidente], com o Fernando Haddad [para governador] e com o Márcio França [para senador]. O Boulos tem que ganhar a classe média. E é possível porque duas questões a afastam do Ricardo Nunes: o Bolsonaro e o vice dele [o ex-comandante da Rota Ricardo Mello Araújo, indicado pelo ex-presidente].

Não será simples vencer no segundo turno. Mas temos condições. (…)

Lula vai ser de novo candidato a presidente?

Ele é o candidato. E a tendência é que se reeleja. O governo está vivendo um momento excelente. Se houver uma solução pactuada para as eleições das presidências da Câmara e do Senado, o ano de 2025 vai ser de crescimento econômico e estabilidade política, com a possibilidade de aprovação de uma agenda que ajudará no crescimento.

Com isso, o Brasil poderá cuidar do que é importante: a transição energética, ecológica, a nova indústria do país. As duas grandes bandeiras para o PT a partir de agora devem ser a reforma do sistema político, para o fortalecimento dos partidos, e a formação de uma maioria parlamentar que apoie o nosso programa de governo. (…)

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Jornalista

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