Sindical

Presidente da CUT-DF Rodrigo Rodrigues alerta para os efeitos nocivos da PEC 32

By Jeová Rodrigues | 23 de dezembro de 2021 0 Comments

Em entrevista ao Jornal TaguaCei, o presidente da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF), Rodrigo Rodrigues falou sobre as consequências da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32 que está para ser votada no Congresso Nacional. Conhecida como reforma administrativa, a PEC 32, tenta reestrutura o Estado por meio da reformulação da carreira dos servidores públicos. Para Rodrigues, caso a proposta venha a ser aprovada, tal medida resultará não só na perda de direitos dos servidores, mas também na precarização dos serviços públicos.

“Ela vai desregulamentar toda a prestação do serviço público, por isso eles falam que os servidores são os principais inimigos da boa gestão pública e que há um rombo nas contas públicas por conta dos servidores e assim atacam principalmente a estabilidade dos servidores”, afirmam.

Conforme lembra Rodrigues, já são 14 semanas que a CUT-DF junto com partidos de esquerda e movimentos sociais estão mobilizados para barrar a proposta. Segundo o presidente sindical, a PEC 32 vai atacar, primeiro, a estabilidade do servidor público, ou seja, irá comprometer sua conduta que ficará a julgo dos superiores, podendo, inclusive, ser demitido; depois ela permitirá que os serviços públicos sejam privatizados.

“A PEC 32 não visa manter a prestação de serviço público para a população, mas ela vai além, ela também tira a garantia do servidor de prestar um bom serviço. Mas ela também pode transformar a escola, que hoje é pública e ofertado gratuitamente à sociedade, em escola privada. O trabalhador vai ter que pagar para ter uma educação para seu filho, o Estado se desresponsabiliza disso”, argumenta Rodrigues.

Além de tentar barrar a PEC 32, o sindicalista ressalta que também é preciso “reverter” as reformas da Previdência e a Trabalhista. “É uma luta que a classe trabalhadora e a CUT-DF têm protagonizado, mas vamos ter que fortalecer isso porque temos que encaminhar projetos de lei no Congresso que sejam aprovados e sancionados.”

Lula

Junto com a luta para derrubar a PEC 32 e as outras reformas, Rodrigo Rodrigues destaca que uma possível vitória do ex-presidente Lula, no próximo ano, conforme mostram as pesquisas, será fundamental para favorecer os trabalhadores e a população mais pobre do país, que hoje sofre não só com a pandemia, mas também com o desemprego e alta no preço dos alimentos.

“Ele [Lula] é um estadista nato. Se nós estivéssemos uma estadista à frente deste processo de pandemia, poderíamos ter vacinado muita mais gente, muito mais cedo, o Brasil poderia ter feito sua própria vacina, mas com este governo que está aí, tirou recursos de tecnologia justamente no momento de pandemia”, explica Rodrigues.

Ainda segundo Rodrigues, a candidatura de Lula “representará a esperança da população, do povo trabalhador, do povo mais pobre que hoje não pode comer carne, não pode abastecer o carro”.

Estratégia

Conforme detalha o sindicalista, é preciso democratizar os direitos sociais no país, possibilitando que a população tenha acesso aos serviços e bens produzidos na sociedade. “É um absurdo o Brasil ter voltado ao mapa da fome”, afirma.

Também durante a entrevista, Rodrigo Rodrigues enfatizou que é preciso derrotar a política imposta pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), já que se trata de uma política que, segundo ele, ataca os costumes, e que tem um discurso moralista contra os direitos individuais.

“Nós temos que ter unidade para derrotar Bolsonaro. Ainda há muita coisa para ser discutida, acho que a direção do partido [PT] tem uma sabedoria para fazer essa unidade, eu acho que todos os partidos de esquerda precisam ter maturidade para avaliar qual é o melhor caminho nesse sentido, e ter toda confiança na liderança que o Lula é para tomar as decisões naquilo que pode ser o melhor caminho que teremos que seguir para reverter essa situação imposta pelo bolsonarismo”, explica Rodrigues. “E, mesmo com a vitória de Lula vai ser preciso muita unidade, muita mobilização para que a gente garanta que a pressão popular faça com que as transformações a nosso benefício aconteçam”, alerta.