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‘Falta só a chibata, o tronco e o capataz’ diz a presidente do Sindiserviços-DF sobre a condição atual do trabalho terceirizado

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Para a presidente do Sindiserviços-DF, Maria Isabel, a Lei da Terceirização (lei nº 13.429) aprovada pelo governo de Michel Temer é “prejudicial ao trabalhador”. Segundo a presidente, que falou à nossa reportagem, a lei engana ao dar a conotação de que se trata de uma lei a favor do terceirizado, mas, segundo ela, não é isto que acontecerá na prática. “Fica [o governo] com a demagogia de colocar propaganda na televisão, aí depois você acha trabalhadores que defendem essa medida”, ressalta Maria Isabel para justificar que há “uma lavagem cerebral”, tanto nos trabalhadores quanto nos governantes.

A Lei da Terceirização determina, entre outros assuntos, que as empresas poderão contratar trabalhadores terceirizados para exercerem cargos na atividade fim, que são as principais funções da empresa. Para o governo, essa medida dá mais dinamismo e eficiência às empresas.

Porém, para os trabalhadores, como enfatiza a sindicalista, a lei é uma “lambança”. Entre àquilo que ela considera como prejuízo aos trabalhadores, está o “banco de horas”, que, segundo Maria Isabel, fará com que os trabalhadores exerçam suas atividades de domingo a domingo, ou que fiquem à disposição do empregador.

Na visão de Maria Isabel, a situação do trabalhador terceirizado tem se agravado no governo “ilegítimo” de Michel Temer. Segundo ela, a recessão econômica do país fez com que governos e bancos deixassem de pagar as empresas que contratam mão-de-obra terceirizada, que por sua vez, começam a não pagar os trabalhadores.

“Porque se todo mundo acha que são trabalhadores que não tem importância nenhuma para este País; se quer a gente trabalhe de graça igual os escravos trabalhavam, nós cruzaremos os braços. Aí eu quero ver quem vai limpar o hospital, o colégio; quero saber quem é que vai fazer o serviço que nós fazemos.”

A situação precária do trabalho, em pleno séc. XXI, é para Maria Isabel igual ao período da escravidão africana no Brasil, porém sem as figuras da “chibata, do tronco e do capataz”.

Como resposta a essa ofensiva que estaria acontecendo contra os trabalhadores terceirizados, a solução para o momento é, segundo a sindicalista, a união dos trabalhadores. “Não desanimem. Precisamos nos unir cada vez mais, e não arredar pé, porque direção de sindicato sozinha não consegue nada. E trabalhador sozinho também não consegue nada”, afirma Maria Isabel.

Jornalista

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