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Desleixo faz a dengue avançar pelo Distrito Federal, mostra reportagem

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O alto número de mortes por dengue e as dezenas de milhares de prováveis casos de pessoas com a doença, no Distrito Federal, segundo dados oficiais, parecem ainda ser insuficientes para conscientizar muitos na capital brasiliense sobre a gravidade da situação. O Correio esteve em Ceilândia e em Taguatinga e verificou haver pontos nessas regiões administrativas (RAs) com lixo acumulado nas ruas, o que favorece a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da enfermidade.

A falta de cuidado com a destinação dos detritos e o avanço do vírus preocupa moradores e autoridades. O poder público tem procurado fazer sua parte. Semana passada, o Correio, publicou casos de locais com grande acúmulo de entulhos, em Arniqueira, onde o Governo do Distrito Federal (GDF) agiu. De ambos, foram retiradas 166 toneladas de materiais que colocavam em risco a saúde pública. Em um deles foram necessários quatro dias de trabalho. O governador Ibaneis Rocha já disse: “Pedimos que a população tenha cuidado com a colocação de lixo e de entulho nas ruas. Ali está o criadouro (do mosquito)”.

O mau cheiro em um ponto em frente à QNO 7 de Ceilândia, às margens da BR-070, não é por acaso. Restos de alimentos e alguns animais mortos pelo chão se misturava a embalagens e caixas plásticas e de papelão, além de panos e calçados velhos, tudo enlameado e em poças de água. Ao longo da via, exemplos de desleixo semelhante se repetiam.

Na QNM 15, também em Ceilândia, duas áreas com lixo preocupam vizinhos. Numa, atrás do Centro de Referência de Assistência Social, havia móveis velhos e muito entulho de obra. O professor Robson Rezende, 52 anos, morador das proximidades, contou que a área há muito tempo é utilizada de forma irregular. “Faz mais de dez anos que carroceiros descartam lixo aqui. Agora, sentimos receio de adoecer pela dengue. Eu nunca tive, mas meu filho está com suspeita”, relatou.

Em outra, na mesma quadra e próxima ao Centro de Saúde 3, problema parecido. A aposentada Maria Divina da Silva, 69, que voltava para casa, acusou a vizinhança de fazer despejos por lá. “E estava pior, viu? Já limparam uma parte. Mas não tem jeito, o ‘povo’ não tem consciência”, lamentou.

Conscientização

O servidor público Itamar de Oliveira, 56, que passava pelo lote que deixa Divina incomodada, considerou que faltam campanhas educativas. “Acredito que mais papa-entulhos também ajudariam porque, de fato, faltam lugares adequados para deixar o despejo”, disse. Sobre contrair dengue, Itamar não escondeu seu temor: “Perdi minha nora e uma sobrinha para a doença. Sinto muito medo, sim”.

Ao Correio, a Administração Regional de Ceilândia afirmou que faz o mapeamento de lugares onde se identificam descartes irregulares, e que o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) cuida deles seguindo um cronograma. Mas, apontou que a população insiste em descartar lixo e entulho em locais irregulares. Quem é flagrado cometendo esse tipo de despejo, recebe multa entre R$ 2,7 mil e quase R$ 28 mil.

Na QNL 9, em Taguatinga, num terreno atrás do Detran, mais lixo. A sujeira se via ao pé de uma placa com o escrito “proibido jogar entulho”.

O SLU informou por nota que, neste ano, Ceilândia e Taguatinga estão entre as regiões administrativas com maiores registros de resíduos e entulhos descartados irregularmente. E que toma medidas para evitar o problema que agrava a dengue. O órgão acrescentou no comunicado haver um papa-entulho em Taguatinga, na QNG 47 Área Especial nº 9, e três em Ceilândia, nas QNN 29 módulos G a K, QNP 28/24 e QNM 27. E comentou que existe a previsão de serem construídos mais 20 coletores do tipo, ainda em 2024..

Operação de limpeza

Na última quinta-feira (14), o Correio revelou dois casos de lixo e entulho acumulados em endereços de Arniqueira. Eles foram identificados pela Vigilância Ambiental que, com a administração regional organizou uma operação para limpá-los.

De um foram retiradas 96 toneladas de materiais inservíveis, como entulho e móveis velhos. Do outro, em um trabalho que levou quatro dias, houve o recolhimento de 70 toneladas de entulho.

Boletim da dengue

De acordo com o boletim epidemiológico mais recente emitido pela Secretaria de Saúde, foram confirmados 147 óbitos por dengue em residentes do DF, em 2024. E outras 54 mortes estão sob investigação. Só na última uma semana, foram 21.293 novos casos e 38 falecimentos. Ao longo do ano a pasta diz haver 161.773 de prováveis registros relacionados à doença.

As regiões administrativas com maior incidência da doença são: Arapoanga, Brazlândia, Candangolândia, Ceilândia, Estrutural, Fercal, Gama, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas, Riacho Fundo I, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Sobradinho I, Sobradinho II, Sol Nascente/Pôr do Sol, Taguatinga e Varjão.

Com informações do Correio Braziliense

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